Desembarquei na Nova
Zelândia com as expectativas à mil e mesmo depois de aproximadamente quatro
meses ainda continuo surpreendendo-me.
Vivo com um casal,
Gill e Sean Pawson e dois de seus filhos, Isaac e Lizzie. Pessoas
verdadeiramente encantadoras. Gill trabalha na biblioteca de uma das escolas de
Christchurch, cidade em que estou e como consequência sempre acabou puxando
assunto sobre livro tal, etc. Sean não fica para trás, pois como trabalha com
pessoas ele tem muita facilidade em se comunicar sobre os mais diferentes
assuntos. Meus “irmãos” neozelandeses são “demais”, ambos estão na faculdade, o
que limita nosso tempo juntos, o que não quer dizer que não nos divertimos,
porque ambos conseguem transformar desde um filme sem graça até uma ida ao
supermercado momentos divertidos e especiais.
Moro próximo da
escola, o que me garante alguns minutos de caminhada todos os dias, com uma
vista de admirar e que fica mais exuberante a cada semana que passa e estações
que mudam. A Cashmere High School é uma
escola enorme, dividida em blocos, sendo que cada aluno tem um “horário”
próprio, já que cada um escolhe as matérias que deseja estudar (seis no total),
eles [nós] precisamos nos deslocar das salas, e consequentemente em alguns
casos, dos blocos para cada aula, o que no começo não é tão legal pois é comum
alunos novatos perderem-se ou chegarem atrasados nas classes, apesar de que todos
ao redor, apesar de parecerem um pouco metidos à primeira vista, revelam-se bastante prestativos.
Minhas aulas são em
suma dinâmicas, prendendo a atenção facilmente e não fadada tanto à escrita e
obtenção de notas, pois além de pontuações os trabalhos são avaliados devido ao
esforço e compreensão do estudante. Aqui
todas as matérias são vistas de forma igualitária, apesar de algumas serem
compulsórias dependendo do ano ou série em que o aluno está engajado, o que
diferente um pouco do que acontece no Brasil onde há uma notável prioridade no
ensino de Língua Portuguesa e Matemática. Apesar de tudo não percebi muita
diferença no nível de qualidade de ensino [opinião pessoal], no que eu
parabenizo a Tomé pela qualidade, principalmente no ensino de Matemática, que
aqui é ensinada de modo simplificado, deixando o aluno dependente da
calculadora. O real contraste é a infra-estrutura e a participação mais ativa
dos estudantes, que efetivamente retratam o grande diferencial em um país de
primeiro mundo.
Cada vez mais me
apaixono por esse país lindo e não consigo e nem quero imaginar a saudade que
vou ficar das pessoas, momentos, paisagens e experiências que estou tendo aqui.
Este intercâmbio está sendo uma importante e singular experiência na minha
vida, e desde já quero novamente agradecer a todos que me apoiaram, os
responsáveis que o organizaram e a todos que tornaram esse sonho possível.
“Embora venhamos de lugares diferentes, falemos línguas diferentes, nossos corações batem como um só. “ – Albus Dumbledore