segunda-feira, 26 de maio de 2014

GANHE O MUNDO: RELATO DE BRENO NA NOVA ZELÂNDIA

Desembarquei na Nova Zelândia com as expectativas à mil e mesmo depois de aproximadamente quatro meses ainda continuo surpreendendo-me.

                Vivo com um casal, Gill e Sean Pawson e dois de seus filhos, Isaac e Lizzie. Pessoas verdadeiramente encantadoras. Gill trabalha na biblioteca de uma das escolas de Christchurch, cidade em que estou e como consequência sempre acabou puxando assunto sobre livro tal, etc. Sean não fica para trás, pois como trabalha com pessoas ele tem muita facilidade em se comunicar sobre os mais diferentes assuntos. Meus “irmãos” neozelandeses são “demais”, ambos estão na faculdade, o que limita nosso tempo juntos, o que não quer dizer que não nos divertimos, porque ambos conseguem transformar desde um filme sem graça até uma ida ao supermercado momentos divertidos e especiais.
                Moro próximo da escola, o que me garante alguns minutos de caminhada todos os dias, com uma vista de admirar e que fica mais exuberante a cada semana que passa e estações que mudam.  A Cashmere High School é uma escola enorme, dividida em blocos, sendo que cada aluno tem um “horário” próprio, já que cada um escolhe as matérias que deseja estudar (seis no total), eles [nós] precisamos nos deslocar das salas, e consequentemente em alguns casos, dos blocos para cada aula, o que no começo não é tão legal pois é comum alunos novatos perderem-se ou chegarem atrasados nas classes, apesar de que todos ao redor, apesar de parecerem um pouco metidos à primeira vista, revelam-se  bastante prestativos.
                Minhas aulas são em suma dinâmicas, prendendo a atenção facilmente e não fadada tanto à escrita e obtenção de notas, pois além de pontuações os trabalhos são avaliados devido ao esforço e compreensão do estudante.  Aqui todas as matérias são vistas de forma igualitária, apesar de algumas serem compulsórias dependendo do ano ou série em que o aluno está engajado, o que diferente um pouco do que acontece no Brasil onde há uma notável prioridade no ensino de Língua Portuguesa e Matemática. Apesar de tudo não percebi muita diferença no nível de qualidade de ensino [opinião pessoal], no que eu parabenizo a Tomé pela qualidade, principalmente no ensino de Matemática, que aqui é ensinada de modo simplificado, deixando o aluno dependente da calculadora. O real contraste é a infra-estrutura e a participação mais ativa dos estudantes, que efetivamente retratam o grande diferencial em um país de primeiro mundo.

                Cada vez mais me apaixono por esse país lindo e não consigo e nem quero imaginar a saudade que vou ficar das pessoas, momentos, paisagens e experiências que estou tendo aqui. Este intercâmbio está sendo uma importante e singular experiência na minha vida, e desde já quero novamente agradecer a todos que me apoiaram, os responsáveis que o organizaram e a todos que tornaram esse sonho possível.
“Embora venhamos de lugares diferentes, falemos línguas diferentes, nossos corações batem como um só. “ – Albus Dumbledore