Nota de pesar do secretário Ricardo Dantas
A educação perde um de seus maiores entusiastas
Assessoria de Comunicação - 14/08/2014 17:32h
Créditos: Ademar Filho
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No dia em que Pernambuco chora o falecimento abrupto e trágico do ex-governador Eduardo Campos, a educação perde um de seus maiores entusiastas, lutador incansável pelo ensino de qualidade, pela escola de tempo integral, pela modernização das práticas pedagógicas e da gestão educacional.
Eduardo Campos deixa um legado de transformação na educação pernambucana. Em um Estado periférico e historicamente pobre, criou a maior rede de ensino integral do Brasil. Até 2007, havia apenas 13 escolas integrais, os antigos centros experimentais. A educação integral se tornou política pública em 2008, com a sanção da Lei Complementar nº 125, de 10 de julho.
Em menos de seis anos, as pouco mais de 9 mil matrículas em escolas desse tipo se multiplicaram, chegando a 168 mil estudantes frequentando, diariamente, escolas integrais. Se hoje cada um dos 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha, tem pelo menos uma escola integral, isso se deve fundamentalmente à obstinação do ex-governador.
Em Pernambuco a escola passou a adotar uma proposta de educação integral, trabalhando com a concepção pedagógica de ensino interdimensional que compreende o estudante como um ser humano em toda a sua plenitude, formando cidadãos conscientes dos seus direitos, deveres e protagonistas do seu futuro.
O ensino técnico, que agora dá perspectiva profissional ao povo pernambucano, sobretudo aos mais jovens e mais necessitados, sempre foi uma prioridade de Eduardo Campos. Quando assumiu o governo, havia apenas cinco escolas técnicas sob gestão do Estado. Pernambuco é hoje o maior ofertante público de educação profissional a distância. Eduardo construiu 22 das hoje 27 escolas técnicas estaduais, e fez questão de inaugurar, pessoalmente, cada uma, a última delas localizada no Parque Urbano da Macaxeira, no seu último dia de governo, em abril deste ano e deixou outras 13 em obras para conclusão até o final de 2014.
Valorizando os profissionais da educação, Eduardo Campos fez de Pernambuco o primeiro estado brasileiro a implantar integralmente a Lei Nacional do Piso Salarial e a premiar os professores pelo desempenho dos seus alunos. Passou a escolher seus gestores das regionais e das escolas pelo mérito, por meio de processo seletivo. Pernambuco também foi o primeiro estado a sancionar lei específica destinando 100% dos royalties para educação, ciência, tecnologia e inovação.
Foi no governo de Eduardo Campos que mais de dois mil estudantes pernambucanos de escola pública realizaram o sonho de fazer intercâmbio no exterior, um projeto até então restrito aos jovens nascidos nas famílias de classe alta do Recife. Muitos meninos e meninas, filhos de agricultores, caminhoneiros, gente humilde do campo e da cidade, viraram embaixadores pernambucanos, como gostava de dizer o governador, em países como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Chile, Espanha, Austrália e Nova Zelândia. E é graças a Eduardo Campos que outros 1200 estudantes terão embarcado nos próximos meses, com todas as despesas asseguradas pelo Governo de Pernambuco.
Foram sete anos e meio em que a educação pública pernambucana escreveu uma nova história. Com a interrupção precoce e repentina de sua vida, ficam órfãs as escolas que ajudou a transformar e melhorar, ficam órfãos estudantes, professores, técnicos, merendeiras, todos nós, que acreditamos na educação verdadeiramente libertadora e transformadora.
Por ela e pela memória de Eduardo Campos, continuaremos a lutar, incansavelmente.
A educação está de luto e se solidariza com a dor de todos os pernambucanos. Nossos profundos sentimentos à família de Eduardo Campos, em especial Renata, e seus filhos Maria Eduarda, João, Pedro, José e Miguel.
Secretário de Educação e Esportes
Ricardo Dantas
