“Não troco meu ‘oxente’ pelo ‘ok’ de ninguém”
Com um legado de obras irreverentes, envolventes e com a
presença maciça do seu humor crítico, Ariano Suassuna, tornou-se um escritor de
renome e de respeito, fiel às suas origens e grande propagador dos costumes, do
folclore e da cultura nordestina. Nascido em João Pessoa, PB e residente na
infância, na cidade de Taperoá, PB, mudou-se para Recife, PE, após ter seu pai
brutalmente assassinado. Afirmou, em palestra na Escola Tomé Francisco que
considerava que “seu pai era a Paraíba e sua mãe era Pernambuco”, valorizando
assim a importância dos dois estados nordestinos em sua vida e formação
cultural.
Por duas vezes honrou a nossa escola com sua presença, a
primeira vez acompanhado do saudoso Governador de PE, Eduardo Campos. Por não
ter apresentado o espetáculo, devido a forte chuva que banhou Lagoa da Cruz
naquele dia, prometeu que voltaria, e, de fato, cumpriu a promessa. Anos depois
voltou, proporcionando à comunidade escolar, comunidade local e circunvizinhas
um espetáculo nunca visto na região.
Por esta e tantas outras razões, o Projeto Literarte este
ano presta-lhe uma homenagem com a inclusão de uma oficina para o 3º ano do
Ensino Médio, através da qual, os alunos conhecerão a vida e a obra daquele que
criticava a americanização da cultura brasileira com todo fervor.
A oficina traz
como tema: O LEGADO DE ARIANO SUASSUNA, teve como público alvo o 3º ano do
Ensino Médio, e tem por objetivo
principal identificar elementos de representação do Brasil e dos
brasileiros em obras de Ariano Suassuna, reconhecendo as inovações temáticas e
formais dos seus textos e os efeitos de humor e ironia. As atividades
desenvolvidas também atendem as competências do ENEM, da área 5: analisar, interpretar e aplicar recursos
expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a
natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as
condições de produção e recepção e os conteúdos exigidos no SSA (Sistema
Seriado de Avaliação da UPE).
Os conteúdos foram introduzidos a partir da sondagem dos
conhecimentos prévios dos alunos sobre a vida e obra de Suassuna e a leitura e
análise de algumas de algumas de suas
frases mais cômicas e, ao mesmo tempo tão filosóficas. Em seguida, a professora
exibiu um trailer do filme “Auto da Compadecida” e todos fizeram a leitura de
um fragmento retirado da obra do mesmo nome. Após a interpretação oral do
texto, os alunos compararam o texto escrito com o texto representado no vídeo,
concluindo que o texto teatral é escrito para ser representado, pois os
personagens, suas ações, figurinos e cenário é que dão vida à história contada.
Prosseguindo, a professora fez uma exposição dialogada, com uso de
slides sobre a vida e obra de Suassuna, retratando o diálogo existente entre a
obra do autor e o “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente. A exposição deu
um enfoque especial à obra AFARSA DA BOA PREGUIÇA, cuja leitura foi feita pelos
alunos extraclasse, obra esta exigida no SSA deste ano. Um vídeo da farsa foi
exibido, seguido da discussão sobre temática, personagens, espaço, etc. para
finalizar a parte expositiva da oficina, os alunos apreciaram alguns registros
da visita de Ariano à nossa escola. Como oficina de criação, foi proposta a
produção de um cartaz de propaganda (texto publicitário) sobre as obras de
Ariano Suassuna. Os cartazes serão expostos para divulgar o acervo das obras do
autor disponíveis na Biblioteca da escola e na internet.
Que o legado de Ariano inspire os jovens
estudantes a valorizarem a nossa cultura e enxergarem o poder que tem a
leitura.