segunda-feira, 2 de setembro de 2019

SEMANA DE ARTE MODERNA: RUPTURA E BRASILIDADE


A polêmica Semana de 1922 e os ganhos para a Arte no Brasil


Gritos, vaias, bolinhas de papel... Esta foi a recepção preparada pelo público para os artistas emergentes, em 1922, na Semana de Arte Moderna; evento que entrou para história da Arte e da Literatura no Brasil como marco de uma nova era, de um produção artística voltada para a cultura brasileira e suas raízes, naquilo que há de mais original da terra brasilis. A valorização do indígena, a defesa de uma língua meramente brasileira, novas cores e ritmos são algumas das características de uma nova arte, que, embora influenciada pelas Vanguardas europeias, não se limitou a seguir as tendências estrangeiras, mas “degustar” e depois “vomitar” uma arte tipicamente brasileira, de acordo com o Movimento antropofágico, criado pelo poeta Oswald de Andrade e pela pintora Tarsila do Amaral.
A oficina, ministrada pelas professoras KÁSSIA SHIZANNE e DANIELA JUSTINO e coordenada pela prof. Rosineide Alves, teve como objetivos: conhecer e estabelecer relações entre produções artísticas, seus contextos e suas identidades culturais; conhecer o contexto histórico e social da Semana de Arte Moderna, valorizando seus artistas e reconhecendo nas artes visuais um fenômeno de ruptura com o conceito europeu de beleza e agente de mudanças ideológicas e sociais; fruir e valorizar a Arte Moderna, atentando para suas características, efeitos de sentido e situação de produção; produzir obras e releituras inspiradas nesse novo conceito de arte.
A oficina de Arte foi iniciada a partir da audição de uma música de Heitor Villa Lobos ( “Trenzinho Caipira”); enquanto ouviam a música, desenhavam guiados pelo ritmo, utilizando lápis coloridos. Ao terminarem, a professora convidou alguns para dizerem as impressões e sentimentos vivenciados durante a atividade.
A seguir, a professora fez a exposição dialogada sobre Vanguardas europeias e Semana de Arte Moderna, com utilização de slides e exibiu trecho da minissérie, da Rede Globo: “Um só coração”.  Após as discussões geradas a parir do tema da oficina, os alunos compararam algumas telas de estilos anteriores com telas  barrocas.
Uma atividade que deu o que falar foi a “Tela Viva”, na qual os estudantes podiam fazer o palel de personagens como o Abaporu, de Tarsila do Amaral e a figura humana da tela “O Grito”, de Munch.
Em seguida, os alunos foram convidados a produzir suas próprias obras de arte, fazendo releituras e produções autorais nos estilos cubista, expressionista, antropofágico, dadaísta, futurista, surrealista e fauvista ou fogista, ou telas mistas, a exemplo da obra de Anita Malfati.  As telas serão expostas na culminância do Projeto Literarte.