A polêmica Semana de 1922 e os ganhos para a Arte no Brasil
Gritos, vaias, bolinhas de papel... Esta foi a recepção
preparada pelo público para os artistas emergentes, em 1922, na Semana de Arte
Moderna; evento que entrou para história da Arte e da Literatura no Brasil como
marco de uma nova era, de um produção artística voltada para a cultura
brasileira e suas raízes, naquilo que há de mais original da terra brasilis. A valorização do
indígena, a defesa de uma língua meramente brasileira, novas cores e ritmos são
algumas das características de uma nova arte, que, embora influenciada pelas
Vanguardas europeias, não se limitou a seguir as tendências estrangeiras, mas
“degustar” e depois “vomitar” uma arte tipicamente brasileira, de acordo com o
Movimento antropofágico, criado pelo poeta Oswald de Andrade e pela pintora Tarsila
do Amaral.
A oficina, ministrada pelas professoras KÁSSIA SHIZANNE e
DANIELA JUSTINO e coordenada pela prof. Rosineide Alves, teve como objetivos: conhecer
e estabelecer relações entre produções artísticas, seus contextos e suas
identidades culturais; conhecer
o contexto histórico e social da Semana de Arte Moderna, valorizando seus
artistas e reconhecendo nas artes visuais um fenômeno de ruptura com o conceito
europeu de beleza e agente de mudanças ideológicas e sociais; fruir e valorizar
a Arte Moderna, atentando para suas características, efeitos de sentido e
situação de produção; produzir obras e releituras inspiradas nesse novo conceito
de arte.
A oficina de Arte foi iniciada a partir da audição de uma
música de Heitor Villa Lobos ( “Trenzinho Caipira”); enquanto ouviam a música,
desenhavam guiados pelo ritmo, utilizando lápis coloridos. Ao terminarem, a
professora convidou alguns para dizerem as impressões e sentimentos vivenciados
durante a atividade.
A seguir, a professora fez a exposição dialogada sobre
Vanguardas europeias e Semana de Arte Moderna, com utilização de slides e
exibiu trecho da minissérie, da Rede Globo: “Um só coração”. Após as discussões geradas a parir do tema da
oficina, os alunos compararam algumas telas de estilos anteriores com
telas barrocas.
Uma atividade que deu o que falar foi a “Tela Viva”, na
qual os estudantes podiam fazer o palel de personagens como o Abaporu, de
Tarsila do Amaral e a figura humana da tela “O Grito”, de Munch.
Em seguida, os alunos foram convidados a produzir suas
próprias obras de arte, fazendo releituras e produções autorais nos estilos
cubista, expressionista, antropofágico, dadaísta, futurista, surrealista e
fauvista ou fogista, ou telas mistas, a exemplo da obra de Anita Malfati. As telas serão expostas
na culminância do Projeto Literarte.